Um mundo independente
seria melhor? Cada vez mais sozinhos, será que é isso mesmo que desejamos, ou
simplesmente estamos nos afastando sem nem percebermos? O significado de
comunidade carrega em si “comunhão”, porém, há muito tempo que significa apenas
“um grupo de pessoas que vive numa região”, não precisam comungar entre si. Cada
vez mais os prédios tomam lugares de casas, estão todos ali, “juntos” e
independentes, moram no mesmo lugar e no geral, nem se conhecem.
O mundo corporativo mudou,
as grandes corporações continuam grandes, mas os gigantes de hoje são diferente
dos gigantes de vinte anos atrás. No passado os gigantes andavam lado a lado,
brigavam entre si, formavam oligopólios e tratavam o colaborador como algo
vitalício, ou seja, o “peão” sentia que um dia poderia ser pelo menos “duque”.
Os gigantes de hoje mataram os gigantes antigos, eram pequenas e médias
empresas que perceberam a evolução do individualismo e da independência
corporativa, explodiram no mundo das franquias. Os bancos chineses, que bancam
esse individualismo, estão entre as maiores empresas do mundo, principalmente
de 2008 para cá, das 20 maiores empresas do mundo, 9 são “xinguelingue”,
segundo a Forbes.
Esse movimento por
independência segue em todos os setores, como é de se esperar num mundo
globalizado. A Educação a distância, conforme o censo publicado mês passado
pela ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), confirma que dos 281
cursos presenciais oferecidos pelas universidades, 196 podem ser realizados a
distância em uma das 351 instituições que participaram da pesquisa. Em 2017
foram criados 3.137 polos de apoio presencial elevando o total para 11.008, o
que demonstra tamanha procura por um estudo individualizado e independente. Em
2009 haviam 528 mil alunos matriculados em algum curso a distância, ano passado
foram mais de 7 milhões de matrículas.
Nas relações é obvio que
não poderia ser diferente, o brasileiro está casando menos e separando mais,
conforme Estatísticas de Registro Civil de 2016, pelo IBGE. Nos últimos cinco
anos o número de divórcios cresceu em 75%, atingindo até as igrejas. “O que
Deus uniu”, o homem está separando, se é que isso é possível. Consequentemente,
o número de crianças crescendo longe do pai ou da mãe, tornou-se uma
normalidade aceitável pelo bem da independência.
O que realmente queremos com tanta independência? Será que estamos conseguindo? Solitários Felizes de Sucesso, é isso?
Jess Glynne, cantora britânica, expressa bem os anseios atuais na música abaixo que está entre as mais tocadas no mundo atualmente:.
Estou farta de encobrir
Estou cansada de me sentir tão quebrada
Estou cansada de me apaixonar
Às vezes eu sou tímida e fico ansiosa
Às vezes estou de joelhos
Às vezes eu tento abraçar todas as minhas inseguranças
Então não vou usar maquiagem na quinta-feira
Porque quem eu sou é o suficiente
E há muitas coisas que eu poderia mudar tão
ligeiramente
Mas por que eu iria sucumbir a algo tão diferente de
mim?
Eu sempre fui ensinada a ser eu mesma
Não mude por ninguém
Eu quero amar, eu não quero chorar
Não quero essas lágrimas dentro dos meus olhos, sim
Não quero acordar e me sentir insegura
Eu quero cantar, eu quero dançar
Eu quero sentir amor dentro das minhas mãos novamente
Eu só quero me sentir bonita
Oh-oh-oh-oh, eu-
Oh-oh-oh-oh, eu-
Oh-oh-oh, eu só quero me sentir bonita
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