quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Perceber e Observar


"Aquela lanchonete sempre esteve ali?"

Alguma vez aconteceu algo parecido com você? Em seu caminho diário, de repente, apareceu um estabelecimento que você jurava que não existia. Num ambiente comum, tem algo que você nunca observou, ou mesmo na pessoa que convive com você diariamente, uma característica que você nunca tinha notado.

O poder de percepção e observação é diferente em cada um de nós, parece óbvio, só que nem tanto assim, basta contar uma história e perceberemos como ela se propaga, as pessoas que a replicarão podem até jurar que estão contando a mesma história, raramente será.

As pessoas, as circunstâncias, os caminhos, as características, o horizonte, contar uma história exige muita percepção do todo e observação dos detalhes. Aquele livro imenso e no fim você tem a sensação de que poderia ter finalizado muitas páginas antes, ou aquele que terminou rápido demais, são no mínimo falhas de percepção de quem escreveu.

Um bom escritor precisa ser um bom observador, perceptivo, sensitivo e minucioso. Os melhores textos são aqueles que contêm o essencial para a narrativa, seja ela um suspense, terror, ou uma ação simples como o apanhar de uma rosa. Os textos incríveis são aqueles que me prendem e instigam a ler cada vez mais, com você não é assim?

Os mais perceptivos podem não ser os mais criativos, mas certamente, contarão boas histórias.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Cervantes e Verne


Eu não sei com exatidão a idade que eu tinha na época, acredito que treze ou quatorze anos, estudava pela manhã, na hora do recreio eu subia para a biblioteca, não, eu não era um nerd! O setor disciplinar da escola fez umas recomendações, tipo umas terapias de grupo para as crianças acima do normal, lógico que eu era acima do normal, quer que eu diga o quê? Enfim, o que eu quero contar é sobre o meu encontro com Miguel de Cervantes, autor de Dom Quixote.

Estou falando do encontro literário com Dom Quixote, o cavaleiro atrapalhado e paranoico junto com seu escudeiro gordinho e realista, foi o livro que mudou a minha forma de ler. Depois dele eu queria mais como ele, a partir de então a leitura virou uma prática.

O que tanto me impressionou além da história em si, foi a criatividade do autor, desde então isso é o maior atrativo para mim. As obras de Julio Verne são incríveis desse ponto de vista, a mais de cem anos atrás, Verne escreveu sobre coisas impossíveis e que não existiam em sua época, porém, anos depois aconteceram ou se tornaram possíveis. Verne escreveu sobre viagem a lua, viagem ao centro da terra, a volta ao mundo, submarinos e viagens ao fundo do mar, entre outros escreveu uma aventura que se passa na Amazônia brasileira, apesar de Verne nunca ter vindo ao Brasil, “A Jangada”, publicado em 1880, na história uma cidade flutuante é construída.

Inúmeros autores se destacam nesse sentido, são criadores do inimaginário e construtores de fantasias, senhores de mundos de aventuras. Cervantes e Vernes são apenas dois nessa “Academia de Autores Mundiais”, quem sabe um dia terá um Ramada entre eles.

sábado, 6 de janeiro de 2018

A extinção das bibliotecas e o sonho alcançado.


Uns dias atrás eu passei na frente da biblioteca pública aqui de São Luís, estava fechada, por sinal. Eu lembro de várias vezes, que saí de casa para fazer trabalho e encontrar com os amigos da escola. Falávamos o assunto para a bibliotecária, que logo nos trazia alguns livros, sentávamos numa mesa redonda e passávamos a tarde pesquisando, fazíamos o trabalho em cartolina ou papel almaço. Depois do trabalho passeávamos pela redondeza, ou simplesmente sentávamos na praça em frente e nos divertíamos.

A internet chegou e mudou isso, muitos jovens de vinte e cinco anos pra baixo, nunca entraram numa biblioteca, a não ser as virtuais. Inúmeras bibliotecas públicas fecharam e outras ficaram restritas as universidades. O acesso a informação e a produção textual está muito mais fácil, sem sombra de dúvidas, a internet facilitou a vida para os escritores, hoje em dia podemos publicar livros de graça, basta ter acesso a internet.

O desenvolvimento virtual é um processo impossível de parar. Eu mesmo quase não compro livros, os e-books são mais acessíveis e baratos. Os discos de vinil e as fitas cassete são objetos de colecionadores, acredito que daqui algum tempo, os livros também serão.

Milhares de escritores surgiram pelo mundo a fora, de todos os tipos e em todas as especialidades e assuntos. Se por um lado a internet gerou a extinção de inúmeras bibliotecas, por outro, possibilitou a execução de um sonho para muitos – escrever um livro. Alguns autores chegaram a se isolar do mundo para escrever, hoje em dia, quanto mais conectado, melhor são as chances de produzir uma obra significativa.

Não sei afirmar o que vem por aí, mas se você leu esse texto é graças a internet, que me permitiu transformar um sonho, numa atividade corriqueira – escrever.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

FUNPEN

Fonte da Imagem
Fundo Penitenciário Nacional, segundo o site do Ministério da Justiça e Segurança pública, são aplicados em construção e ampliação de estabelecimentos penais, formação, aperfeiçoamento e especialização do serviço penitenciário; aquisição de material permanente, equipamentos e veículos especializados imprescindíveis ao funcionamento dos estabelecimentos penais; formação educacional e cultural do preso e do internado; programas de assistência jurídica aos presos e internados carentes, entre outros.

Alguns detalhes:

  • A última planilha de execução no site consta com data de 05/12/2014, com 94,74% dos valores da dotação, empenhados, ou seja, dos R$ 335.467.599,00 dotados, R$ 317.814.491,57, foram utilizados, onde? Cadê a planilha atualizada?
  • 3,14% das arrecadações da Mega-Sena são destinados ao FUNPEN.
  • Mais de 130 mortos nos presídios brasileiros em 2017.

Diante da brevidade das informações, podemos facilmente perguntar:

  • Quanto tinha o FUNPEN em 2017? 
Mais de 2 bilhões de Reais, isso mesmo, R$ 2.000.000.000,00.

Meus amigos, não podemos esquecer, a crise carcerária é consequência direta da corrupção e descaso de nossos políticos.

MUDA BRASIL!




200 Palavras



O mais difícil de uma boa história é transformá-la em uma boa leitura. O desafio de transformar ações em pensamentos e pensamentos em letras, é único para cada autor. Aquela frase marcante, a ação descrita que impressiona, o personagem, o ambiente, o livro inesquecível. Um certo autor demorou doze anos para finalizar uma obra, enquanto outro menos de uma noite, qual o diferencial? Existe uma fórmula?

Uma história de duas mil palavras pode ser tão impactante quanto outra de duzentas mil palavras? Quem diria que o Twitter faria tanto sucesso, são apenas 140 caracteres. Em minha audaciosa vontade de escrever algo que vá além do “legal”, estou consciente, que a melhor história permanece no espaço criativo da minha mente, quanto mais eu descubro formas, técnicas, métodos, estudos, dicas, conselhos, que me ajudem a revelar esses devaneios em letras, mais palavras conseguirei escrever. Um detalhe importante que tenho aprendido, o bloqueio é tão simples que chega a ser frustrante, basta uma pequena tristeza para travar todo o processo. 

Quem não vive das letras como eu, precisa administrar o dia, brigar por uma rotina na qual consiga produzir, se não duas mil palavras, pelo menos duzentas como nesse pequeno texto. Quanto mais escrevo, mais aprendo.