A música talvez seja a
expressão artística mais antiga da humanidade e segundo a Bíblia, antes mesmo
do mundo ser mundo, os anjos cantavam. É sabido também que não existe nenhum
agrupamento humano, que não tenha desenvolvido sua própria cantoria ou estilo
musical.
A postagem anterior, sobre
o RAP americano demonstra a força da música dentro de uma cultura, foi levado
da Jamaica mas tomou força nas periferias de Nova Iorque e logo espalhou-se por
todo o país. O rei do rock, Elvis Presley. O rei do pop, Michael Jackson, mas
não existe um rei do RAP, são vários. Ainda que as gravadoras lancem as
músicas que vendem, são os rappers os multimilionários da mídia americana. São eles
que cantam com “ritmo e poesia”, as verdades da existência negra e discriminada
com tamanha resistência.
Por aqui não foi muito
diferente, praticamente não existem traços da música indígena, nossa música foi
trazida pelos europeus, somente a partir do século 19 que a música popular
começou a tomar suas formas, a bossa nova, o samba, o forró e o sertanejo tomaram
suas devidas proporções. E o Rap?
Não poderíamos esperar
algo diferente, foram discriminados logo de cara. O RAP era música de bandido.
Histórias como a de Tupac Shakur, que levou cinco tiros num
assalto em Nova Iorque no início de sua carreira e morreu em 1996, baleado
dentro do seu carro, fortaleciam o preconceito. Todavia, o RAP sempre foi uma
música de protesto, “Tempos Difíceis” do Racionais MC’s, inicia o seu clip com
uma mulher negra carregando seu filho, um bebê branco. Lançada em
1993 e desde então o rap nacional só cresceu em todos os segmentos, ainda que
aqui não tenha a mesma força que o americano, a música de protesto não pode
parar.
Vida longa ao RAP!