quarta-feira, 5 de setembro de 2018

93 Milhões de Milhas ou Uma Manga Rosa


Quando eu era “criança pequena”, minha mãe descobriu que faziam aplicação de flúor grátis na Cruz Vermelha. Naquele tempo as coisas eram mais difíceis para a gente, pois, só o meu pai trabalhava. O Flúor era muito chato, mas eu adorava o pé de Sapoti que tinha ao lado do prédio, comia vários e ainda levava pra casa.

Uma das melhores épocas do ano iniciava em meados de novembro, coincidia com o período natalino, porém, não era o Papai Noel que eu tanto esperava, pelas bandas daqui, nordeste, esse é o período das mangas. Não existe sabor melhor do que uma manga rosa de vez com sal, deu até água na boca. Manga de fiapo é a mais docinha e você termina todo lambuzado, porque manga de fiapo tem que comer com a mão, apanhada no pé.

Meu pai conseguiu comprar um sítio próximo à praia, uma região repleta de cajueiros. O caju e sua pele macia têm uns rançosos, mas a meninada não estava nem aí. A gente juntava e levava, toda casa que você entrasse e abrisse a geladeira, exalava aquele cheirinho de caju.

Minha mãe é a caçula de quinze irmãos, filha de fazendeiro. O meu pai foi trabalhar na fazenda e a conheceu, se apaixonaram e estão juntos a mais de quarenta anos. Tem muitos detalhes nessa história, aos poucos eles vão aparecer por aqui, afinal, independente dos resultados da minha vida, meus pais continuam sendo as minhas referências, não são perfeitos, mas sempre deixaram bem claro, não importa onde eu estivesse, nunca estaria sozinho.

Eu já meti os pés pelas mãos, errei um bocado, mas a minha mãe sempre disse: “Filho, você sempre pode voltar para casa”.

Toda caminhada é uma estrada escorregadia, cheia de altos e baixos, às vezes você caminha sob a luz, às vezes caminha no escuro, dias gloriosos e noites encantadas, no meio da multidão acompanhado de amigos ou sozinho pensativo, não importa, aonde você for levará dentro de si o seu lar.

Inspiração:.

93 Million Miles – Jason Mraz – Clipe Aqui

Morena Tropicana - Clipe Aqui - é uma daquelas canções que nos embala no tempo. Alceu Valença, obrigado por sua genialidade.

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