O mundo estava prestes a conhecer o Nazismo em sua essência,
a Áustria havia se classificado para a Copa, porém, em março de 1938 a Alemanha
anexou o território da Áustria e obrigou os jogadores a defenderem a seleção
alemã. Mattias Sindelar, o “homem de papel”, jogador tcheco e craque, que
defendia a Áustria, se negou a jogar e foi encontrado morto em seu apartamento
um ano depois, envenenado por monóxido de carbono, a forma que isso aconteceu
ninguém sabe ao certo. Sindelar recebeu o apelido de “Mozart do Futebol” e foi enterrado
em Viena no mesmo cemitério que Beethoven, Brahms, Schubert, Strauss e outros.
O Brasil dessa vez chegou ao mundial sem rixas internas,
realizou cinco jogos e conquistou o 3º lugar, melhor campanha da seleção em um
mundial até então. Leônidas, o “Diamante Negro”, foi o artilheiro da Copa com
sete gols, um deles marcou com o pé descalço no jogo histórico contra a
Polônia, o Brasil venceu por 6x5 com três gols de Leônidas.
A Copa de 34 tinha sido na Itália, por isso a Argentina
queria a copa em seu território conforme rodízio. A Alemanha tinha organizado a
Olímpiada de 36, a Copa era mais uma oportunidade para a propaganda nazista,
mas a FIFA decidiu realizar a Copa na França em homenagem a Jules Rimet e seu
aniversário de 64 anos. Em protesto a Argentina e Uruguai não participaram, o
Brasil e Cuba foram os únicos participantes do lado de cá do planeta. Foi a
única vez que os cubanos participaram de uma Copa.
“Vencer ou Morrer”, simples
e direta a recomendação do líder fascista italiano Benito Mussolini aos seus
jogadores, que mais uma vez seguiram à risca numa campanha vitoriosa. Itália 2x1
Noruega, Itália 3x1 França, Itália 2x1 Brasil e Itália 4x1 Hungria. No jogo
contra a Itália o técnico brasileiro, Ademar Pimenta não escalou Leônidas, o
melhor jogador da Copa, uma decisão no mínimo estranha. Após o jogo da final o
goleiro húngaro declarou: “levei quatro
gols e salvei onze italianos”. A Itália foi bicampeã e permaneceria assim
pelos próximos doze anos, período em que não houve copas (1938 a 1950), devido
a Segunda Guerra Mundial.
Os brasileiros ouviram pelo rádio as narrações dos jogos
pela primeira vez, nas copas anteriores os resultados chegavam via telégrafo. Em
1938 o rádio estava em grande expansão por todo o país, que agora ouvia as
decisões políticas fantasiosas da ditadura militar, a morte do
cangaceiro lampião, os gols de Leônidas, a derrota do Brasil e a vitória da
Esquadra Azzurra.
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