30 Anos de Constituição - Lado B

“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” – Constituição Brasileira.

A primeira universidade do Brasil foi inaugurada por volta de 1808. Na Inglaterra, França e Itália existiam desde 1100, tudo bem que a “civilização” nos achou em 1500 e podemos considerar esses 300 anos um período aceitável? Não, mesmo. É difícil achar uma explicação para a corrupção no Brasil, infelizmente, isso é um mal em nossa nação, que não é de agora. Fomos educados por um povo (portugueses), que tinha como tradição a exploração, ou seja, não estavam muito preocupados com o desenvolvimento educacional dos brasileiros (índios), que aqui viviam. 

Trezentos anos e mais alguns séculos de uma educação capenga, atrasada e seletiva. Seria uma boa razão para a formação de uma tradição revoltada com tanta exploração, que se corrompe a qualquer custo em busca de um bem estar pessoal?

Alguns anos atrás, passar no vestibular era um motivo de alegria, o aprovado conseguiu o acesso ao ensino superior. Os jovens de família rica ganhavam carros como prêmio, como assim? Os de famílias menos abastadas, vibravam, principalmente aqueles que vinham de escola pública. Ingressar no ensino superior deveria ser uma coisa normal, uma continuidade do ensino médio. Hoje em dia o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), renovou essa mentalidade apesar de ser um tipo de vestibular, ainda se comemora o acesso às universidades, principalmente nos cursos mais concorridos.

A educação evoluiu mais nos últimos 30 anos desde a Constituição de 1988, do que nos últimos trezentos anos antes dela, entretanto, ainda está muito aquém de suplantar o seu maior desafio: a corrupção dos homens “educados”, que comandam nosso país. Eu acredito que somente a educação é capaz de mudar o pensamento, e o pensamento muda o comportamento. Espero poder ver daqui alguns anos, uma geração renovada, uma geração que pensará diferente e terá vergonha em dizer “meu pai era corrupto” ou “meu avô foi preso por corrupção”.