segunda-feira, 17 de setembro de 2018

DIFERENTÃO

"Você não precisa ser igual aos outros", era sempre essa a resposta que eu ouvia quando tentava argumentar com meus pais. "Se eles comerem merda, você vai comer também?" Essa você ouviu  e tá sorrindo, confessa! Engraçado que era sempre com algo que os meus pais não gostavam, mas quando o filho de alguém se formou ou conseguiu "ser alguém na vida", a conversa mudava: "Viu, fulano tá bem".

Agora imagine como deve ser na cabeça de um pai quando o filho diz: "eu quero ser skatista", ou "eu quero ser surfista", ou "eu quero ser bailarino". Não tenho preconceitos apenas citei escolhas conflitantes, porque se o filho disser, "eu quero ser médico", ou "eu quero ser engenheiro", tenho certeza que as reações serão diferentes.

Existe um padrão e quando você faz algo diferente desse padrão, é claro que será visto de forma diferente. Em tempos de eleição nós vemos os padrões serem expostos claramente, padrões religiosos, padrões sociais, padrões culturais, tudo é padronizado. Não é um texto anarquista, pelo contrário, tenho meus padrões, a questão abordada é até que ponto eu suporto aquele que é diferente de mim?

É fácil notar nas redes sociais as pessoas que se julgam "diferentes". Agregam a si mesmo algum valor, adquiriram um certo conhecimento, tiveram alguma experiência mediúnica, mantem um comportamento que aos próprios olhos, as fazem diferentes. Essas pessoas se acham diferentes, são mesmo?

Também consigo ver pessoas que geram comportamento, que produzem conteúdo, que seguem muitos padrões, mas não são emparedadas. São pessoas normais, do nosso cotidiano, porém, nós conseguimos enxergá-las de forma diferente. Por quê?

Não vou responder essas perguntas nessa postagem, apenas pense, você é "diferentão" ou apenas se acha?

Inspiração:.

O pai sonhava vê-lo "doutor" formado, mas tornou-se Luiz Melodia. Começou a tocar escondido e não teve jeito, quebrou o padrão. Foi vendedor, caixeiro e músico em casas noturnas. Na década de 70 teve algumas músicas suas gravadas por Gal Costa e Maria Bethânia. Ganhou um concurso com a música "Ébano" e depois disso emplacou sua carreira.
"Quando garoto, bem gurizinho, 12 anos, os caras me chamavam de Melodia e minhas irmãs ficavam revoltadas e retrucavam. Quando me chamavam “Melodia!”, elas diziam “O nome dele não é Melodia. É Luiz Carlos dos Santos!”. 
Melodia faleceu em agosto do ano passado(2017), deixou um legado na MPB, é sim o "diferentão" em meio a "Juventude Transviada" - Clipe Aqui, cantando ao lado de Cássia Eller.


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