Parece um
pouco contraditório dizer “amigo, eu não te conheço”, seria mesmo uma amizade? O
Facebook transformou contatos em amigos e conseguiu minimizar o significado
dessa palavra de tal maneira, que pessoas que nunca vimos (pessoalmente), e
certamente nunca veremos fazem parte de nossas vidas. Quando vamos adicionar
alguém olhamos a quantidade de amigos, se a pessoa tiver apenas 200, que
estranho, mas se tiver 4.700, isso, essa sim!
Há 15 anos,
quem eram as pessoas que faziam parte de nossos círculos de amizade? Amigos do
bairro, amigos da escola, amigos da faculdade, amigos de parentes, geralmente
eram pessoas ligadas as nossas atividades cotidianas. Hoje em dia podemos ter
Neymar, Messi, Ana Maria Braga, Madonna, até o Presidente dos EUA, imaginem
quando isso seria possível?
Esses desconhecidos,
às vezes, são mais presentes que os amigos tradicionais. Graças ao hábito que
criamos de postar atividades pessoais antes mesmo de falar com os mais
próximos. A pessoa foi aprovada num concurso que tanto estudou, o que ela faz?
Posta a foto do resultado com seu nome antes mesmo de ligar para os familiares.
Aquela balada maneira, a postagem vira um convite.
Por um lado
não temos o “calor” da amizade física, por outro existe a interação e troca
de conhecimento com tamanha facilidade nunca vista na história. Qualquer assunto
pode ser debatido e num instante surge um especialista. A revolução
é que aceitamos conselhos de pessoas desconhecidas, ora, ora, o que vamos fazer
com aquele velho ditado “não aceite ajuda de estranhos”. “Você o conhece de
onde?” “Do Facebook”. Ah sim, tudo bem.
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