quarta-feira, 3 de outubro de 2018

ROMANCE Água e Óleo


O romance "água e óleo” é formado por pessoas opostas. Um é ativo o outro é preguiçoso. Um é religioso o outro é ateu. Um é falante e extrovertido, o outro é silencioso e pensativo. Alguém disse que “os opostos se atraem”, acredito que na física isso é uma lei, porém, na vida social e amorosa, são outros “quinhentos”. Eu percebo que suportamos as diferenças, mas as similaridades facilitam tudo.

Sem querer ser tendencioso, vamos imaginar uma pessoa rica, no geral, ela vai se relacionar com outra pessoa rica, isso não é discriminação, é o natural. Também não significa dizer que ela não se importa com os pobres e coisas assim, algumas pessoas nasceram ricas. Ela vai estudar numa escola de ricos, vai ter amigos ricos, e se não acontecer nenhuma tragédia financeira, vai morrer rica. Não é a toa que os filmes exploram esse tema com a princesa que se apaixona pelo plebeu.

No início do namoro, aquela fase onde os encantamentos são trocados, somos atraídos pelas afinidades. Ambos gostam de cinema, de praia, de tomar uma cervejinha, as músicas, o forrozinho e por aí vai. No decorrer dos dias as diferenças começam a surgir e se não forem tratadas, algumas chegam a ser definitivas na relação. Como explicar casais tão diferentes que permanecem tanto tempo juntos?

Uma das explicações é que conseguiram encontrar uma “causa” maior, que faz a relação ser mais importante do que as decisões do dia a dia, essa causa nem sempre é o amor. Claro que precisa ter muito sentimento, porém, a segurança que um sente no outro, por exemplo, mesmo com muitas diferenças, sentir-se seguro ajuda a tolerar as indiferenças. Filhos também fazem o casal permanecer juntos.

Outra razão que eu consigo ver, a pessoa não é afetada com a preferência do outro. Um gosta de carne bem passada, o outro quase crua. Um aperta o tubo de pasta pelo meio, o outro do final para o começo. Esse tipo de escolha não afeta a estrutura da relação, todavia, quando um é atleta e o outro não, isso pode gerar atritos. O atleta vai sair de casa e esporte envolve interação com outros atletas, pronto, um ambiente de desconfiança está criado, essa sensação afeta o comportamento, por mais que nada aconteça, o ser humano é desconfiado.

Finalmente, outro motivo, é que os casais muito opostos convivem bem com as próprias renúncias. Conseguem abrir mão de algo que gostam pensando no bem estar da relação. Preferem uma boa convivência a ter razão. O desafio vai ser equilibrar essa balança, sempre tem um que renuncia mais que o outro.

Existem muitas músicas que retratam casais destoantes, sem diminuir qualquer autor, escolhi Renato Russo e a insuperável “Eduardo e Mônica”.





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