O romance "água e óleo” é formado por pessoas opostas. Um é ativo o outro é preguiçoso. Um
é religioso o outro é ateu. Um é falante e extrovertido, o outro é silencioso e
pensativo. Alguém disse que “os opostos se atraem”, acredito que na física isso
é uma lei, porém, na vida social e amorosa, são outros “quinhentos”. Eu percebo
que suportamos as diferenças, mas as similaridades facilitam tudo.
Sem querer
ser tendencioso, vamos imaginar uma pessoa rica, no geral, ela vai se relacionar
com outra pessoa rica, isso não é discriminação, é o natural. Também não
significa dizer que ela não se importa com os pobres e coisas assim, algumas
pessoas nasceram ricas. Ela vai estudar numa escola de ricos, vai ter amigos
ricos, e se não acontecer nenhuma tragédia financeira, vai morrer rica. Não é a
toa que os filmes exploram esse tema com a princesa que se apaixona pelo
plebeu.
No início do
namoro, aquela fase onde os encantamentos são trocados, somos atraídos pelas afinidades.
Ambos gostam de cinema, de praia, de tomar uma cervejinha, as músicas, o
forrozinho e por aí vai. No decorrer dos dias as diferenças começam a surgir e
se não forem tratadas, algumas chegam a ser definitivas na relação. Como explicar
casais tão diferentes que permanecem tanto tempo juntos?
Uma das
explicações é que conseguiram encontrar uma “causa” maior, que faz a relação
ser mais importante do que as decisões do dia a dia, essa causa nem sempre é o
amor. Claro que precisa ter muito sentimento, porém, a segurança que um sente
no outro, por exemplo, mesmo com muitas diferenças, sentir-se seguro ajuda a
tolerar as indiferenças. Filhos também fazem o casal permanecer juntos.
Outra razão
que eu consigo ver, a pessoa não é afetada com a preferência do outro. Um gosta
de carne bem passada, o outro quase crua. Um aperta o tubo de pasta pelo meio,
o outro do final para o começo. Esse tipo de escolha não afeta a estrutura da
relação, todavia, quando um é atleta e o outro não, isso pode gerar atritos. O
atleta vai sair de casa e esporte envolve interação com outros atletas, pronto,
um ambiente de desconfiança está criado, essa sensação afeta o comportamento,
por mais que nada aconteça, o ser humano é desconfiado.
Finalmente,
outro motivo, é que os casais muito opostos convivem bem com as próprias
renúncias. Conseguem abrir mão de algo que gostam pensando no bem estar da
relação. Preferem uma boa convivência a ter razão. O desafio vai ser equilibrar
essa balança, sempre tem um que renuncia mais que o outro.
Existem
muitas músicas que retratam casais destoantes, sem diminuir qualquer autor,
escolhi Renato Russo e a insuperável “Eduardo e Mônica”.
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