Você está
numa fila, de repente uma pessoa tenta entrar na frente, que Raiva! No caminho para
casa é necessário passar por aquele trecho tenebroso, o Medo faz o nosso
coração acelerar. Num momento inesperado do dia você ganha um chocolate, ou uma
rosa, ou um presente, mesmo que seja simples você vai sentir Alegria. Sem mais
nem menos alguém que amamos se foi, a Tristeza nos abate.
Raiva, medo,
alegria e tristeza, durante todos os dias para o resto de nossas vidas lidamos
com essas sensações. Acreditamos que estamos fortes devido o acúmulo de
experiências vividas, entretanto, esse armazenamento é diferente da memória de
um celular, que ficará sem espaço devido a quantidade de arquivos baixados,
nosso cérebro sempre terá um espacinho a mais e por isso haverá um dado
momento, que ficaremos chocados, sem chão, desnorteados.
As sensações
causam reações, muitas delas impressionantes. A história da mãe que entrou na
jaula do leão para salvar o filho. Num acidente um estranho reage e salva
pessoas. O apaixonado que envia cem rosas para a namorada. Nem precisa ser algo complicado, aquela
mensagem de bom dia com uma carinha sorrindo pode alegrar o dia de outra
pessoa.
Vou dedicar
algumas palavras nas próximas postagens sobre cada sensação, agora, o que eu
posso dizer sobre controle emocional é extremamente particular, o que funciona
comigo pode não ter efeito algum em você. Diante de um evento traumático, meu
cérebro me protege de um colapso analisando a situação em busca de soluções,
não porque eu sou forte, pelo contrário, sou altamente sensitivo e emocional, é
que durante esses momentos de sensações extremas, nosso sistema de defesa tende
a fugir, evitar aquela dor. Por isso algumas pessoas viram o rosto quando veem
sangue ou passam longe de um acidente. Essas reações nem sempre são
controladas, pelo menos uma vez na vida teremos contato com um episódio
abalador. Daí é normal não saber como reagir. Afinal, não existe escola para o
luto ou para doenças terminais, aprenderemos quando essa situação acontecer.
Sofro mais com o estresse pós-traumático, a sobriedade no evento chocante trava o canal
emocional da dor, ela voltará durante dias para me visitar. As pessoas que sentam e choram por horas,
desoladas e desesperadas tendem a lidar melhor posteriormente. O choro é uma
reação de liberação, de alívio, comigo acontecerá pouco a pouco, um dia após o
outro. Queria poder chorar tudo de uma vez, infelizmente, não temos escolhas
quanto a isso. O que eu faço é deixar fluir e combater os pensamentos nocivos
que atacam a lucidez. É comum sentirmos culpa, rejeição, desejo de solidão,
tristeza profunda, sensação de incapacidade e até a depressão podemos
desenvolver. Não precisamos ter vergonha de pedir ajuda, afinal, se tivéssemos escolha
não estaríamos passando por essa situação.
Abaixo segue
uma música da Paula Fernandes, “Sensações”, que retrata bem essa confusão diante dos abalos que vivemos.
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